Recinto Megalítico dos Almendres

Almendres | Évora
CMP 1/25000 (folha 459)
Coordenadas Militares Hayford Gauss Datum Lisboa (metros): M=206275 P=176750
Descrição:
Recinto alongado, orientado no sentido E-W, com cerca de uma centena de menires, na sua maioria de forma ovóide; a escavação do monumento permitiu, ainda, localizar os vestígios das estruturas de implantação de outras duas dezenas de prováveis menires. O recinto apresenta uma maior concentração de monólitos, comparativamente os maiores do conjunto, no lado ocidental; na extremidade oriental, em contrapartida, parece ter-se complexificado, sobretudo com menires de menor porte, a área de acesso ao interior do monumento. Destaca-se, por outro lado, um conjunto de menires decorados, dispersos pelas diferentes áreas do recinto, a maior parte dos quais com motivos organizados de forma sugestivamente antropomórfica (lúnulas, círculos e quadriláteros), ou com báculos.
Contexto arqueológico:
O recinto dos Almendres ocupa, na região, uma área relativamente central, no contexto da mancha de dispersão dos menires e recintos megalíticos do distrito de Évora, relacionando-se espacial e paisagisticamente com os recintos das Portela de Mogos e Vale Maria do Meio, com o par de menires de S. Sebastião e os menires do Monte dos Almendres e Vale de Cardos, entre os mais notáveis. Parece igualmente significativa a estreita associação espacial com a Anta Grande do Zambujeiro. Foram, ainda identificados vários pequenos núcleos de habitat, em redor do recinto, sobretudo a Este e a Sul, com materiais que apontam, genericamente, para cronologias do Neolítico antigo/médio.
Contexto paisagístico:
Este recinto megalítico implanta-se junto ao topo de uma encosta, exposta a Nascente, ocupando uma posição muito semelhante, em termos topográficos e geológicos, à do da Portela de Mogos e, até certo ponto, do Vale Maria do Meio; a mesma estrutura paisagística abrange igualmente o conjunto de menires da Pedra Longa e ainda, de forma notória, os menires de S. Sebastião.Trata-se, em quase todos os casos, de localizações relativamente elevadas na paisagem regional, correspondendo aos limites orientais da serra de Monfurado e em posição sobranceira em relação à peneplanície que se desenvolve para Leste e Sul. O substrato geológico é, à semelhança de todos os outros casos referidos, constituído por gnaisses e migmatitos, enquanto as áreas mais deprimidas adjacentes são constituídas maioritariamente por terrenos graníticos.
Observações:
O recinto foi identificado e dado a conhecer, ainda nos anos 60 do século passado, por H.L.Pina, tendo vindo a ser escavado e restaurado entre os finais dos anos 80 e inícios dos anos 90, pelo Arq.º M.V. Gomes. Note-se, porém, que alguns monólitos tinham já sido reerguidos, sem metodologias arqueológicas, pelo proprietário da Herdade.
Bibliografia:
Pina, 1971: 152-155; Gonçalves, 1995: 245; Alvim, 1996-1997; Gomes, 1997b; da Silva, 2000; Gomes, 2002.
Texto, desenhos e planta in

O Sol...... e a LuaMenir dos Almendres

Vale Maria do Meio

Vale Maria do Meio | Évora

CMP 1/25000 (Folha 448)
Coordenadas Militares Hayford Gauss Datum Lisboa (metros): M=210875 P=183975
Descrição:
Recinto alongado, aberto do lado Nascente, de que sobrevivem cerca de trinta menires. Implantado junto ao topo de uma ligeira pendente exposta a Nascente. Os menires, que resultam do aproveitamento, sem regularização, de blocos naturais, apresentam formas muito variáveis, embora genericamente ovóides. Dois dos monólitos têm faces insculturadas com báculos, crescentes, círculos e quadriláteros, em baixo-relevo, organizados de modo a sugerir figurações antropomórficas.
Contexto arqueológico:
Nas imediações do recinto, a escassas centenas de metros e sobretudo no quadrante Sul, localiza-se uma extensa mancha, quase contínua, de núcleos de habitat do Neolítico antigo/médio. No quadrante Norte, a cerca de dois quilómetros, situam-se as antas da Valeira e, ao longo da planície que se estende até Arraiolos, uma mancha relativamente importante de sepulturas megalíticas e o menir da Fonte do Abade. A Oeste, a cerca de 1,5 Km, temos outro dos grandes recintos megalíticos da região, a Portela de Mogos e, a Este, os menires da Casbarra.
Contexto paisagístico:
O recinto ocupa uma área de contacto geológico entre granitos porfiróides biotíticos, tonalitos e rochas do complexo migmatítico, sem afloramentos visíveis, embora, a cerca de duzentos metros, em direcção ao Sul, se comecem a encontrar os primeiros grandes afloramentos de uma área granítica, mais ou menos acidentada, que se estende por vários quilómetros e, na direcção oposta, existam afloramentos de tonalitos de menor evidência superficial, mas onde é, igualmente, possível detectar blocos de forma geral meniróide. A Oeste, o terreno sobe abruptamente, nos primeiros contrafortes da serra de Monfurado, que definem um miradouro natural sobre a planície, em cujo topo se localizam os recintos da Portela de Mogos e dos Almendres.
Observações:
O recinto foi escavado em 1995, tendo a intervenção sido limitada a sectores definidos em volta dos menires sobreviventes. Na sequência desse trabalho, foram reerguidos apenas os monólitos cujas estruturas de implantação se tinham minimamente conservado.



Texto e duas últimas imagens in