Museu Geológico | Mesolítico


O Museu Geológico de Lisboa guarda um acervo de mais de 100 000 peças cobrindo, praticamente, todas as etapas cronológico-culturais entre o Paleolítico e o período Lusitano-Romano. Do conjunto destacam-se a ampla representação do Paleolítico Inferior e Médio, um dos melhores espólios do Mesolítico europeu, e uma vasta representação de objectos fúnebres de diversas grutas e de monumentos megalíticos do nosso território. Merece também referência o conjunto de artefactos ligados à exploração mineira romana (séc. I – III d.C.), de que se destacam materiais em esparto (cesto, chapéu e sola de sandália) e uma placa de bronze gravada, proveniente de Vipasca (Aljustrel), descoberta nas antigas escombreiras romanas da mina. Publicada por diversas vezes, esta tábula trata da legislação mineira vigente naquela exploração, estipulando as obrigações a que tanto pessoas individuais, como os estabelecimentos ali existentes, eram obrigadas.

É sobre o espólio dos concheiros de Muge, descobertos por Carlos Ribeiro em 1863, que F. Pereira da Costa redige a primeira monografia arqueológica publicada em Portugal, que intitulou “Da existência do homem em epochas remotas no valle do Tejo” (C.S.G., Lisboa, 1865). Sublinhe-se o facto de que, durante muitos anos, a colecção de arqueologia pré-histórica do Museu Geológico foi a única disponível aos investigadores desta área e, que continua a ser, no conjunto do país, uma das poucas colecções gerais de Pré-história, abrangente e acessível aos diversos públicos.

Esta colecção tem sido, nos últimos anos, objecto de diversos trabalhos de intervenção curativa e de restauro de muitas das suas peçasmais significativas. No que respeita à exposição, deve dizer-se que esta foi recentemente objecto de requalificação, trabalho que beneficiou de subsídio concedido pelo Instituto Português de Museus.

De destacar, entre outras, as colecções provenientes dos concheiros do Tejo e Sado...

Mesolíticos themselves


Dentes que apresentam um severo desgaste e uma alta percentagem de cárie. O desgaste dentário poderá ser reflexo do intensivo consumo de moluscos bivalves e da ingestão associada de grão e areia. Quanto aos elevados níveis de cáries são explicados, por alguns antropólogos, como resultado da ingestão de grandes quantidades de mel e frutos secos, ricos em açúcar.

Crânio evidenciando sinais de pintura com ocre (Tejo)

Cultura material

Micrólitos de sílex

Microburis de sílex

Quartezitos

Furadores de osso

Restos faunísticos

De destacar os restos ósseos de cão (Canis familiaris) do Cabeço do Pez (4 ossos) e Amoreiras (esqueleto completo), que têm sido interpretados como podendo ser os mais remotos vestígios de domesticação animal em contexto português (Mesolítico tardio) . Podem ser estabelecidos paralelos com contextos mesolíticos do Norte da Europa, como Skateholm I, onde foram identificados esqueletos de sete cães inumados juntamente como os seus “donos”.

Hemi-mandíbula de corço (Capreolus capreolus) da Moita do Sebastião

Restos de carangueijo verde (Carcinus maenas) do Cabeço da Arruda

Raia (Rajidade)

Otólitos de corvina (Argyrosomus regius)

Fauna malacológica

Contas de colar feitas a partir de conchas perfuradas de moluscos univalves:

Cassis saburon

Neritina fluvialis

Mesolítico - bons tempos, "quem está mal que se mude"...

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