- Solstício de Inverno -

Solstício de Inverno
Este ano o Solstício de Inverno ocorre no dia 21 de Dezembro às 12h04m, momento que marca o início do Inverno no Hemisfério Norte, estação que se prolonga por 88,99 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 20 de Março de 2009 às 11h44m - a Primavera.
A palavra latina "solstitium" traduz uma ideia de sol estacionário que atinge a sua posição mais alta ou mais baixa no céu, isto é, o ponto da eclíptica em que o Sol atinge as posições máxima e mínima de altura em relação ao equador, os pontos em que a declinação do Sol atinge os extremos: máxima no solstício de Verão e mínima no solstício de Inverno.

As civilizações antigas consideravam o Sol como um deus da vida. Para os druídas, por exemplo, o solstício era comemorado como o dia da fertilidade e fecundidade. Para os povos asiáticos, o solstício era representado por um velho de barbas brancas e roupagem vermelha e branca. Os Egípcios festejavam o solstício com rituais de magia nilítica de fertilidade. Os Indianos festejavam-no transcendendo os corpos em rituais de transe. Nas Américas, os Incas celebravam o Solstício de Inverno no dia 21 de Junho e o Solstício de Verão no dia 21 de Dezembro. Os mais, por seu turno, Maias elaboraram um calendário perfeito usando o solstício como o início do ciclo do sol e da lua na Terra. No ano 336 D.C., o Imperador Romano Constantino I passou a comemorar o nascimento de cristo no solstício de Inverno... bom Solstício, bom Natal.


- Povoado Fortificado de Chibanes -

Localizado numa estreita rechã francamente exposta a Norte do relevo monoclinal da Serra do Louro, o Castro de Chibanes ocupa uma área de aproximadamente 1 Ha. A Serra do Louro integra um complexo de elevações denominado de "pré-Arrábida" das quais se destacam a Serra de São Luís (Setúbal) e a Serra dos Gaiteiros (Palmela). A sua situação domina facilmente toda a planície aluvial do Tejo (a Norte), bem como o vale aluvial do Sado (a Sul), que se espraia na Baixa de Palmela e Vale dos Barris. De destacar a envolvência de terrenos de grande fertilidade agrícola e de excelente qualidade para o pastoreio. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos revelaram uma das sequências estratigráficas mais completas para o Calcolítico e Idade do Ferro da região da Arrábida.

Domínio da paisagem - planície aluvial do Tejo (a Norte): Estruturas de habitação da Idade do Ferro:Fortificação complexa com dois troços de muralha, baluartes e bastiões correspondentes a três grandes fases construtivas com diferentes estratégias de organização espacial intra-muros.
Pavimento habitacional conservado:
Estruturas de combustão: Corte de retroescavadora em intervenções "arqueológicas" levadas a cabo, no início do século passado, por António Inácio Marques da Costa (militar, professor, político, geólogo amador e pioneiro da arqueologia em Portugal). Há que ter em conta a distância metodológica da investigação.
Dr. Carlos Tavares da Silva explicando os trabalhos realizados num local onde é bem evidente a sobreposição construtiva de dois planos de muralha.
Registo material: cerâmica calcolítica, cerâmica campaniforme incisa, cerâmica do Ferro e Republicana, artefactos de sílex, entre outros...
Estrato de lixeira, no exterior da muralha, onde são evidentes abundantes restos malacológicos sobretudo de ameijoa, vieira e ostra. Também se verificam significativas quantidades de restos ósseos de ovídeos, caprídeos e bovídeos.
Outros pormenores...


Base de dados Endovélico

- Povoado Fortificado do Zambujal -

O Castro do Zambujal é um povoado fortificado do Calcolítico (3.º milénio a.C.), edificado num esporão na margem direita da Ribeira de Pedrulhos, afluente do rio Sizandro, Freguesia de São Pedro e Santiago, Concelho de Torres Vedras.

Desenvolve-se em várias fases, tendo sido abandonado por volta de 1700 a. C. Apresenta uma estrutura defensiva de planta circular, com cerca de 40 m de diâmetro e com três linhas de muralhas. A primeira linha de muralha apresenta bastiões semi-circulares. A cerca de 8/10 m surge a segunda linha de muralha com 2 m de espessura e reforçada por bastiões. A 30 m da segunda linha surge uma terceira linha, igualmente reforçada por dois bastiões semi-circulares. Foram detectadas estruturas habitacionais de planta ovalada e estruturas de combustão. Monumento nacional investigado arqueológicamente desde 1944.

Maquete patente no Museu Municipal Leonel Trindade - Torres Vedras

Bastiões Seteiras... ou não... (cuidado com os tiros no pé!)
Zambujal - Vida, Guerra e Comércio no 3.º Milénio a.C. - Museu Municipal Leonel Trindade (Torres Vedras)


No plano material de registar a ocorrência de cadinhos de cobre, indústria óssea e lítica de pedra lascada, cerâmica calcolítica (copos canelados, folha de acácia e campaniforme), indústria de pedra polida (mós, machados e enxós).

Folha de acácia Horizonte campaniforme
Base de dados Endovélico

Museu Geológico | Mesolítico


O Museu Geológico de Lisboa guarda um acervo de mais de 100 000 peças cobrindo, praticamente, todas as etapas cronológico-culturais entre o Paleolítico e o período Lusitano-Romano. Do conjunto destacam-se a ampla representação do Paleolítico Inferior e Médio, um dos melhores espólios do Mesolítico europeu, e uma vasta representação de objectos fúnebres de diversas grutas e de monumentos megalíticos do nosso território. Merece também referência o conjunto de artefactos ligados à exploração mineira romana (séc. I – III d.C.), de que se destacam materiais em esparto (cesto, chapéu e sola de sandália) e uma placa de bronze gravada, proveniente de Vipasca (Aljustrel), descoberta nas antigas escombreiras romanas da mina. Publicada por diversas vezes, esta tábula trata da legislação mineira vigente naquela exploração, estipulando as obrigações a que tanto pessoas individuais, como os estabelecimentos ali existentes, eram obrigadas.

É sobre o espólio dos concheiros de Muge, descobertos por Carlos Ribeiro em 1863, que F. Pereira da Costa redige a primeira monografia arqueológica publicada em Portugal, que intitulou “Da existência do homem em epochas remotas no valle do Tejo” (C.S.G., Lisboa, 1865). Sublinhe-se o facto de que, durante muitos anos, a colecção de arqueologia pré-histórica do Museu Geológico foi a única disponível aos investigadores desta área e, que continua a ser, no conjunto do país, uma das poucas colecções gerais de Pré-história, abrangente e acessível aos diversos públicos.

Esta colecção tem sido, nos últimos anos, objecto de diversos trabalhos de intervenção curativa e de restauro de muitas das suas peçasmais significativas. No que respeita à exposição, deve dizer-se que esta foi recentemente objecto de requalificação, trabalho que beneficiou de subsídio concedido pelo Instituto Português de Museus.

De destacar, entre outras, as colecções provenientes dos concheiros do Tejo e Sado...

Mesolíticos themselves


Dentes que apresentam um severo desgaste e uma alta percentagem de cárie. O desgaste dentário poderá ser reflexo do intensivo consumo de moluscos bivalves e da ingestão associada de grão e areia. Quanto aos elevados níveis de cáries são explicados, por alguns antropólogos, como resultado da ingestão de grandes quantidades de mel e frutos secos, ricos em açúcar.

Crânio evidenciando sinais de pintura com ocre (Tejo)

Cultura material

Micrólitos de sílex

Microburis de sílex

Quartezitos

Furadores de osso

Restos faunísticos

De destacar os restos ósseos de cão (Canis familiaris) do Cabeço do Pez (4 ossos) e Amoreiras (esqueleto completo), que têm sido interpretados como podendo ser os mais remotos vestígios de domesticação animal em contexto português (Mesolítico tardio) . Podem ser estabelecidos paralelos com contextos mesolíticos do Norte da Europa, como Skateholm I, onde foram identificados esqueletos de sete cães inumados juntamente como os seus “donos”.

Hemi-mandíbula de corço (Capreolus capreolus) da Moita do Sebastião

Restos de carangueijo verde (Carcinus maenas) do Cabeço da Arruda

Raia (Rajidade)

Otólitos de corvina (Argyrosomus regius)

Fauna malacológica

Contas de colar feitas a partir de conchas perfuradas de moluscos univalves:

Cassis saburon

Neritina fluvialis

Mesolítico - bons tempos, "quem está mal que se mude"...

Museu Geológico